Série de textos sobre a posição histórica contra a pedo-comunhão (1/8)


Traduzido por Lucio Manoel

I - Argumentos em favor de uma Profissão de Fé pessoal como pré-requisito para participação
na Ceia do Senhor 


Nesta série de oito pequenos textos que serão publicados semanalmente, será apresentada a
visão histórica contra a pedo-comunhão que tem sido seguida por igrejas de tradição reformada em
todo o mundo.


A - Batismo
O Batismo é o sinal e selo de iniciação na aliança da graça. Nós, na tradição reformada, entendemos
que “Deus graciosamente inclui nossas crianças na Sua aliança, e todas as suas promessas são
destinadas a elas, como a nós” (Gn 17.7; At 2.39). Embora as crianças sejam parte da igreja de
Cristo, por meio do Batismo, nós não temos chamado as crianças para a refeição da aliança até que
elas expressem pessoalmente sua fé. Essa diferença na prática é motivada pela diferença entre os
dois sacramentos. 


1. O relacionamento entre Batismo e Ceia do Senhor
Batismo e Ceia do Senhor são ambos meio de graça que proclamam visualmente nossa união com
Cristo, na Sua morte e ressurreição. Eles são substitutos do Novo Testamento para os ritos da
circuncisão e Páscoa do Antigo Testamento. O sangue dos ritos do Antigo Testamento foram
substituídos pela água, pão e vinho dos sacramentos do Novo Testamento, porque eles celebram
o fim da obra de redenção de Cristo. A diferença primária entre os dois sacramentos do Novo
Testamento é que o Batismo é administrado uma vez, como rito iniciatório na aliança (como a
circuncisão), já a Ceia do Senhor é administrado com mais frequência (como a Páscoa), para
representar a preservação e o contínuo aprofundamento no relacionamento da aliança. 


Uma diferença adicional entre Batismo e Ceia do Senhor se relaciona com o grau de envolvimento do
recipiente do sacramento. A natureza da Ceia exige que os comungantes sejam fisicamente ativos
em seu comer e beber, enquanto que aqueles que recebem o Batismo são fisicamente passivos no
evento. O chamado para “tomai e comei” (Mt 26.26) implica em iniciativa ativa de fé pessoal. Portanto,
enquanto que o sacramento do Batismo das crianças está baseado na fé corporativa da comunidade,
participar da Ceia do Senhor demanda uma resposta ativa por parte do comungante. Esta segunda
diferença entre os sacramentos é a razão porque a comunidade Reformada não tem praticado
pedo-comunhão. Como afirma Bavinck “Batismo é um sacramento do novo nascimento, em que o
indivíduo é passivo. A Ceia do Senhor é o sacramento de crescimento no relacionamento com Cristo,
da natureza da vida espiritual, e assume uma consciência, e participação ativa por aquele que o
recebe.


2. O relacionamento entre Batismo e Profissão de Fé
As diferenças entre os dois sacramentos ficam mais aparentes quando nós clarificamos o
relacionamento entre Batismo de adulto e participação na Ceia do Senhor. Na situação missionária
do Novo Testamento, adultos convertidos evidenciavam arrependimento e fé pessoal antes de
participar na Ceia do Senhor (At 2.38). No caso dos filhos dos adultos convertidos, a Profissão de Fé
é separada do Batismo, quanto ao tempo, mas isso é esperado - como uma expressão da
apropriação pessoal das promessas da aliança - antes da participação na Ceia do Senhor. Portanto,
Batismo e Profissão de Fé devem ser mantidos juntos. Exatamente como Batismo e Profissão de Fé
pessoal são pré-requisitos para a participação de adultos na Ceia do Senhor, nossos filhos da aliança
batizados devem dar evidência de fé pessoal antes de participar na Ceia do Senhor. A Forma
para Pública Profissão de Fé das CRC (Christian Reformed Church) (também das Igrejas Reformadas
do Brasil) explica que o participante “publicamente aceitará e confirmará que foi selado em seu
Batismo”. Então, a Profissão de Fé é necessária em ambos casos, no dos adultos e no das
crianças batizadas, antes que a sua participação no sacramento da Ceia do Senhor seja permitida.


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Comitê para Estudo de Clarificação da Pública Profissão de Fé para os Filhos da Aliança das
Igrejas Cristãs Reformadas nos Estados Unidos da América (1991).


A parte do relatório da CRC que tratou do assunto está disponível em:

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