O que Deus revela no Grand Canyon: Ciência como revelação Geral? (Confissão Belga: Artigo 2)


O que Deus revela no Grand Canyon
Original: Teaching and Preaching the Word: Studies in Dogmatics and Homiletics. Nicholaas Gootjes.
Editedy by Corlelis van Dam. Premier Publiching, Winnipeg, Canada. 


Traduzido e adaptado por Lucio Manoel
What does God Reveal in the Grand Canyon


O que Deus Revelou no Grand Canyon


O Dr Gootjes comentou pela primeira vez publicamente num discurso feito no Canadian Reformed
student fellowship (Comunhão dos Estudante Reformados Canadenses), em 5 de março de 1993,
sobre um relatório enviado ao Sínodo das Igrejas Cristãs Reformadas, reunido dois anos antes,
pela Comissão sobre Criação e Ciência. Posteriormente foi publicado na Revista Clarion.


A Confissão Belga, no artigo 2, mostra que Deus se faz conhecido por dois meios: “Criação, Governo
e Sustentação de todas as coisas... por Sua Palavra”. 


Este artigo tem despertado grande interesse no meio acadêmico, especialmente os cientistas
reformados do meio das ciências naturais, que tem feito uma estreita ligação entre a Revelação
Natural e as descobertas científicas.


Alguns exemplos a serem dados são: Dr Robert Vandervenner do Institute for Christian Studies
(Instituto para Estudos Cristãos), situado em Toronto, Canadá. Ele escreveu um artigo intitulado
“Not the Bible alone” (Não somente a Bíblia), onde defende que os resultados científicos devem
tomar parte na Revelação Geral. E ele faz isso apontando para o artigo 2 da Confissão Belga. 


Ao fazer esta conexão entre Revelação Especial e ciência, tanto o Dr. Vandervenner como outros,
reinterpretam a Bíblia, submetendo-a às descobertas científicas, ferindo o princípio reformado do
Sola Scriptura. 


Outro exemplo: Hallmarks of Christian Schooling (Marcas da Educação Cristã) de J. Stronks e J.
Vreugdenhil. Neste livro eles afirmam que uma nova descoberta física é Revelação de Deus sobre
aquele aspecto, e deve ser adicionada ao conteúdo da Revelação Geral. Eles até chamam isso de
Palavra de Deus, apelando para o artigo 2 da Confissão Belga. Mas, esse artigo não fala da
Revelação Geral revelando algo sobre ela mesmo, mas revelando Deus. 


Ainda outro exemplo que o Dr. Gootjes dá é o do Dr. John H. Krominga que escreveu Revelation in
an unknown tongue (Revelação em uma língua desconhecida). Usando a linguagem do artigo 2, ele
fala do universo como um livro por meio do qual começamos a conhecer a Deus. Ele continua dizendo
que para outros conhecimentos precisamos de um intérprete. Não podemos conhecer a história do
Grand Canyon somente de observá-lo. Com isso ele fez que os cientistas se constituem nos
intérpretes da revelação geral. 


Aqui já podemos identificar três ensinos que conectam a Revelação Geral com ciência: a. Deus dá
mais revelação na natureza do que na Escritura; b. esta revelação não é sobre Deus, mas sobre o
mundo, na criação e na história; esta revelação não é acessível a todos, mas precisamos dos
cientistas para interpretá-las.  


Em todos os casos é feita a conexão entre o artigo 2 da Confissão Belga e ciência. Mas será que este
artigo enfatiza a ciência como revelação? 


Em primeiro lugar, este artigo nega que a Revelação Geral revele mais do que a Palavra de Deus. A
expressão “mais claramente e mais plenamente” mostra que a Revelação Geral está incluída na
Revelação Especial. 


Em segundo lugar, este artigo mostra que o conteúdo da Revelação Geral é Deus. No início deste
capítulo, lemos “Nós O conhecemos por dois meios”, ou seja, conhecemos “Deus” por dois meios.
Não é um conhecimento das coisas ou da história. O artigo 2 está ligado com o que confessamos no
artigo 1, Deus. Nenhuma interpretação é necessária. “Nós conhecemos”, e “todas estas coisas são
suficientes para convencer o homem”, no artigo 2, mostram isso. 


Por isso, essa visão não pode ligar ciência com Revelação Geral usando o artigo 2 da Confissão
Belga.


Confissão de Fé (conhecida como Confissão Belga)

Clarion:  http://spindleworks.com/clarion/toc/main.htm (pg 155, 178, 203, 335)

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