SÉRIE SERMÃO: O anjo proclama a boa notícia de grande alegria do natal

Sermão preparado pelo pastor Elissandro
(Dezembro 2009)
Leitura: Lucas 2.1-20
Texto: Lucas 2.10-12
Cristo: A glória do natal


Amados irmãos em Cristo e caros visitantes

Natal é festa de grande alegria. Mas qual é a grande alegria que contagia o natal? O que realmente nos deixa tão alegres nesta festa comemorada no mundo todo chamada natal? Uma ceia farta onde podemos comer e beber de muitas coisas? As luzes que enfeitam ruas e árvores e que nos deixam tão admirados? Fazer compras? Ganhar presentes uns dos outros ou de papai Noel? Nada disso! O que enche os nossos corações de alegria é que no natal comemoramos o nascimento do Filho de Deus. Mas todo mundo não sabe disso? Todo mundo não está se alegrando por isso nestes dias? Muitos sabem, mas não se alegram verdadeiramente! Muitos sabem, mas não crêem em Cristo nem entregam sua vida a Ele. Para muitos a alegria do natal é vã e passageira. Mas para os que conhecem a Cristo e nele crêem, natal é uma festa de grande alegria, natal é um momento de adoração e gratidão a Deus.

Pois naquela noite em Belém, nasceu o Sol da justiça, O Salvador do mundo. O anjo de Deus desceu do céu e anunciou aos pastores que guardavam seus rebanhos a mais gloriosa notícia que eles podiam receber: "Não temais, eis que vos trago boa nova de grande alegria: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.11). O natal de Cristo é uma boa notícia de grande alegria. Com base nesse texto, eu vos proclamo o evangelho no seguinte tema:

O ANJO PROCLAMA A BOA NOTÍCIA DE GRANDE ALEGRIA DO NATAL
Veremos:
1) A Centralidade da Mensagem do anjo
2) A Veracidade da Mensagem do anjo

1) A Centralidade da Mensagem do anjo

A mensagem natalina que vem do céu tem sua centralidade não nos anjos nem em Maria e José, mas em Jesus. Natal é a festa do nascimento de Cristo. Jesus é centro dessa festa. O aniversariante digno de ser honrado. Mas parece que hoje em dia Jesus não está sendo a personagem central dessa festa. Fala-se muito na mãe do salvador, mas não no Salvador da mãe. Fala-se muito mais em papai Noel do que no próprio Jesus. Devemos ter cuidado com isso e ensinar nossas crianças que papai Noel é um mito, uma lenda, mas Jesus é a realidade, Jesus é o Centro da festa do natal, Jesus é o Deus vivo que habitou entre nós cheio de graça e de verdade e que vive e reina sobre a terra dos céus pelos séculos dos séculos. O menino que nasceu em Belém de forma humilhante (num lugar para animais) é o Filho Glorioso de Deus. O anjo anunciou verdades gloriosas sobre ele. Vejamos:

A primeira verdade é que aquele menino que nasceu é o Salvador. “É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador..." (Lc 2.11). Jesus foi anunciado pelo anjo como o Salvador. Ele recebeu o nome de Jesus exatamente porque veio para salvar o seu povo de seus pecados (Mt. 1.21). Ele nos salva não pelo seu exemplo nem pelos seus ensinos, mas pela sua morte. Ele nasceu para morrer. Ele nasceu para se tornar sacrifício em nosso lugar. Ele nasceu como o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Ele nasceu como nosso substituto. Ele carregou em seu corpo o nosso pecado. Ele deu sua vida por nós. Ele foi ferido e traspassado pelas nossas iniqüidades, a fim de recebermos o dom do perdão dos pecados e da vida eterna.

Será que esta não é uma notícia de grande alegria? Jesus nasceu para nos salvar. Porque ele nasceu em Belém e morreu em Jerusalém há mais de dois mil anos atrás é que nós podemos ser livres da condenação do inferno, é que nós podemos ser livres das garras do pecado, ser declarados justos diante de Deus e ter acesso à vida eterna. É por isso que temos de cantar louvores com alegria ao Senhor, pois na cidade de Davi nasceu o nosso Salvador. Natal é festa de alegria, alegria da salvação, alegria do perdão, alegria de saber que por causa da obra perfeita de Cristo, nosso destino é o céu. Ele desceu do céu deixando lá sua glória e se humilhou nesta terra para que você e eu que nele cremos, deixemos este mundo mal com todo sofrimento e subamos um dia aos céus para desfrutarmos da glória do Nosso Bendito Salvador.

A segunda verdade é que o menino que nasceu é o Cristo. "... que é Cristo..." (Lc 2.11). O Salvador é também o Cristo. Ele é o Messias prometido que tanto Israel esperava. Ele é o Enviado de Deus. Sua vinda não foi acidental. Sua vinda não foi de improviso. Sua vinda foi planejada na eternidade e prometida na história. Todo o Velho Testamento foi uma preparação para a sua vinda. Deus anunciou de antemão a vinda do Seu Ungido, o Redentor de Israel.

Deus anunciou a vinda do Messias por meio dos patriarcas. Por exemplo, assim como Abraão se dispôs sacrificar seu único filho Isaque, Deus se dispôs a sacrificar seu único Filho Jesus para nossa salvação. Deus providenciou o cordeiro para morrer em nosso lugar e no lugar de Isaque e de todos os crentes do Antigo Testamento (Gn. 22.1-18).

Deus anunciou Cristo por meio dos sacrifícios e cerimônias do Antigo Testamento, tais como a oferenda de sacrifícios (cordeiro puro e sem defeito) e os rituais dos sacerdotes (interceder pelo povo diante de Deus) Estes sacrifícios e cerimônias eram sombras da perfeita salvação que o Messias haveria de trazer. Cristo é o Cordeiro único e perfeito que tira o pecado do mundo e o Sumo Sacerdote que intercede pela igreja.

Deus anunciou Cristo por meio dos profetas. Através de Isaías, por exemplo, Deus anunciou a vida e a obra do Messias. Isaías anunciou nascimento do Messias (Is. 7.14; 9.6), seu ministério (Is. 61.1-3) e sua humilhação e morte (Is. 53).

Jesus demonstrou por meio de suas obras que ele era o Cristo. Mas como ele foi recebido pelo seu povo? (ver Jo. 1.10-12). Alguns creram, outros não. Grande parte dos judeus não viu em Jesus de Nazaré o Cristo de Deus. Chegaram até a dizer que ele realizava prodígios pelo poder de Satanás e que ele era um comilão e bebedor de vinho. Porém, outros creram e se alegraram na esperança de salvação trazida pelo Messias. Exemplos: Simeão – louvor e gratidão pela dádiva divina do Messias (Lc. 2.25-35); Ana – gratidão e divulgação do Messias (Lc. 2.36-38).

O Messias é o centro da eternidade. É o centro da Bíblia. É o centro da história. Ele é a figura central nos decretos de Deus. Ele é a figura central da igreja. Ele é a figura central no céu. Tudo é dele, por meio dele e para ele. Ele é o Alfa e o Ômega da redenção. Todas as coisas do tempo e da eternidade convergem para ele. Todas as coisas nele subsistem. Ele é o Cristo, o Messias, o desejado de todas as nações, o Prometido de Deus, o único que tem as credenciais e a autoridade para salvar pecadores.

O Jesus de Nazaré não é apenas um grande homem ou um espírito iluminado. Ele é o criador dos homens e a Luz do mundo. O mestre manso da Galiléia não é apenas um profeta especial, ele é aquele para quem os profetas apontaram, é o Messias de Deus, o Salvador do mundo. O infante de Belém não nasceu apenas para ser o rei dos judeus, mas ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, diante de quem todos os joelhos se dobrarão nos céus, na terra e debaixo da terra.

Jesus não é apenas uma divindade entre os muitos deuses dos povos. Ele é o Deus bendito e verdadeiro, que se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. Os deuses dos povos são ídolos mortos, criados pela imaginação dos homens, mas Jesus é o Deus vivo e soberano que por amor a nós se encarnou. Para cumprir o propósito eterno do Pai, ele veio ao mundo e se entregou na cruz para nos resgatar do pecado, da morte e do inferno. Jesus venceu a morte, está à destra do Pai, reina absoluto no universo e voltará em glória para buscar-nos, a fim de reinarmos para sempre com ele!

É este o Messias que nasceu em Belém. É este o Messias que foi anunciado pelo anjo. É este o Messias que cremos, amamos e em quem nos alegramos neste natal. Ele é o centro dessa festa. Ele é o centro da nossa vida. Pois sem ele nada somos e nada podemos fazer, mas nele somos filhos de Deus e herdeiros da vida eterna e na força do seu poder somos fortalecidos em todas as circunstâncias da vida.

A terceira verdade é que o menino que nasceu é o Senhor. . "... o Senhor" (Lc 2.11). Jesus é o Salvador, o Messias e também o Senhor. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Todos os poderes do universo estão sob seu governo. Ele está à destra de Deus Pai e tem o controle da história em suas poderosas mãos. Ele governa as nações e reina soberano e absoluto sobre sua igreja. Ele recebeu o nome que é sobre todo o nome e diante dele todo joelho se dobrará no céu, na terra e debaixo da terra. Aquela criança que nasceu em Belém tem o cetro do universo em suas mãos. Ele é maior do que César. Ele é maior do que os reis deste mundo. Ele é o soberano do universo. Diante dele todos os reis precisam se dobrar. Aos seus pés todos precisam depositar suas coroas. Precisamos conhecer o Jesus do Natal. Ele é o Salvador do mundo. Ele é o Messias de Deus. Ele é o Senhor do universo. Ele tem as rédeas da história em suas mãos.

O que isso significa para nós? O que alegra o nosso coração em saber que no natal comemoramos o nascimento do Nosso Senhor? Vejamos pelo menos duas coisas:
Em primeiro lugar, nossa alegria resulta do consolo em saber que por Jesus ser nosso Senhor, pertencemos a ele corpo e alma, na vida e na morte e que ele cuida de nós como sua herança mais preciosa. Ele não nos desampara, mas está sempre conosco. Como Senhor Soberano ele controla a história e cuida até dos mínimos detalhes da nossa vida. Como Nosso Soberano Senhor, Ele governa, dirige e edifica a sua igreja.

Em segundo lugar, se Jesus é meu Senhor, devo prestar a ele alegre obediência, mostrar amor por ele guardando os seus mandamentos. Muitos que hoje comemoram o natal, não entregaram suas vidas a Cristo, não lhes obedece com alegria nem dão a mínima para seus mandamentos. Até afirmam que Jesus é seu Salvador, o Messias, mas na prática o negam como Senhor. Quantos não participam dos cultos, das missas e depois vão se divertir em festas mundanas, entregar - se a farras, bebedeiras e até prostituição. O cristão verdadeiro não se alegra nestas coisas, mas apenas em Cristo. Ele confessa com atos e palavras que Jesus é o Seu Senhor, o dono da sua vida. Ele presta a Jesus alegre obediência. O natal nos chama a lembrar disso, do nosso dever alegre de obedecer a Jesus, pois ele, o menino que nasceu em Belém, é Nosso Senhor.

2) A Veracidade da Mensagem do anjo

O anjo do Senhor trouxe aos pastores não só uma mensagem de grande alegria, mas também uma mensagem verdadeira. Há pelo menos duas coisas que testificam a veracidade da mensagem do anjo.
A primeira é o fato de Jesus ter nascido em Belém. “É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador...” (Lc. 2.11). A cidade de Davi é Belém para onde José e Maria foram a fim de alistar-se para o recenseamento conforme o decreto de César Augusto (Lc.2.1). Cada morador do império romano, tinha de alistar-se na sua cidade de origem. E José era de Belém, da descendência de Davi e de Judá. O propósito do imperador com a realização do censo era organizar a cobrança de impostos. Mas por trás disso, estava a mão de Deus. O Senhor estava trabalhando para cumprir a sua palavra. José e Maria não deixaram a Galiléia e subiram a Belém por acaso. Jesus não nasceu em Belém por mera coincidência. Deus estava trabalhando para cumprir sua palavra. Jesus deveria nascer em Belém, a cidade de Davi conforme a profecia de Miquéías 5.2. A Palavra de Deus não pode falhar. A profecia deveria se cumprir e aconteceu exatamente como Deus tinha ordenado.

Portanto, a mensagem do natal é uma mensagem real e verdadeira, uma mensagem fiel do Deus que não pode mentir e cuja a palavra é a verdade. Isso alegra o nosso coração, irmãos! O Nosso Deus é Fiel e cumpre a sua palavra! Nosso Salvador é Real! Não precisamos ter dúvidas da nossa salvação! Deus é fiel para cumprir cada promessa na nossa vida. Natal nos chama a contemplar a fidelidade de Deus e a confiar de todo o coração nas suas promessas!

A segunda coisa que chama a nossa atenção é que o anjo deu aos pastores um sinal de sua gloriosa mensagem era verdadeira. “Isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura” (Lc. 2.12). O verso 16 nos revela que a mensagem do anjo era real e foi cumprida plenamente: “Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura”. Essas palavras nos revelam a veracidade da mensagem do natal trazida pelo anjo. Os pastores não só ouviram a mensagem do natal através do anjo, mas também viram com seus próprios olhos a criança deitada na manjedoura.

Além de testemunhar a fidelidade de Deus, este sinal também nos aponta para a humildade do Salvador. José e Maria não encontraram em Belém um lugar adequado para Jesus nascer, mas o Filho de Deus nasceu numa estrebaria, um abrigo de animais, um lugar sujo. O Filho de Deus, o Rei dos reis não nasceu num palácio, mas numa manjedoura. Aquele que é o Criador e dono do mundo, o Senhor Soberano que controla o Universo não nasceu num berço de ouro, mas num berço de palha. Aquele que dirige os céus e a terra e cujo governo está sob seus ombros esvaziou-se e tornou-se um infante que nasceu de forma humilhante, tornou-se pobre de família humilde, viveu e morreu em humilhação, tudo isso para levar sobre si a ira de Deus contra os nossos pecados e nos dá plena salvação. Haveria você de ser um cristão orgulhoso e egoísta, se o seu Salvador foi tão humilde e se entregou voluntariamente por você? Não haveria você de ser um crente mais grato, mais alegre e dedicado a Deus por essa maravilhosa salvação?

CONCLUSÃO

A mensagem real e verdadeira do natal deve nos motivar a proclamar essa mensagem aqueles que ainda não a conhecem verdadeiramente (Lc. 2.17, 38). A mensagem foi trazida primeiramente aos pastores e deveria ser proclamada a todo o povo de Israel (Lc. 2.10). Mas a mensagem é também para os gentios como profetizou Simeão no seu cântico (Lc. 2.32). Pela graça de Deus conhecemos essa mensagem. Sabemos o que natal significa! Conhecemos a verdadeira alegria do natal! Mas temos divulgado essa mensagem a outros? Temos aproveitado as oportunidades para falar de Jesus? Que Deus nos dê sabedoria e coragem para testemunhar do seu evangelho a todos que nos cercam, pois essa mensagem é uma mensagem de grande alegria que produz salvação. Amém.

A mensagem real e verdadeira do natal deve provocar em nós profundo louvor ao Senhor (Lc. 2.13,14, 20). Quando o Filho de Deus nasceu, milhares de anjos louvaram nos céus! Os pastores glorificavam e louvavam a Deus como muita alegria! E quanto a nós? Ficaremos calados e tristes? Vamos deixar o desânimo tomar conta do nosso coração? Nada disso! Tenhamos também um louvor em nossos lábios e nos alegremos junto com o povo de Deus pelo nascimento daquele que é Nosso Salvador, Messias e Senhor! Pois mediante seu nascimento, sua vida e sua obra, ganhamos o maior e mais glorioso presente: a salvação eterna das nossas almas. O natal é festa de grande alegria! Portanto, alegremo-nos no Senhor e na nossa salvação. Amém.

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